‘Pedi que não gritassem’: relato chocante da professora que viu a morte de perto em Suzano

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Jussara Aparecida de Melo dava aula de espanhol no Centro de Línguas, dentro da Escola Raul Brasil, em Suzano, quando ouviu os primeiros disparos de arma de fogo.

Segundo seu relato, ela fechou a porta e pediu para que todos os alunos ficassem abaixados atrás de suas mesas, então apagou a luz, pediu que não gritassem e foi para trás de sua mesa.

A professora Jussara ainda não tinha conhecimento do massacre que ocorria lá fora. G.T.M., de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, adentraram na instituição na última quarta-feira (13) e fizeram várias vítimas.

Antes de chegar na escola, G.T.M. havia atirado três vezes em seu tio, que veio a falecer no hospital. Ao final do massacre, os dois tiraram as próprias vidas.

“Um deles chegou na porta e disse: ‘Hoje é o dia que todo mundo vai morrer’. Eu nem sei se ele me viu, mas eu empurrei a minha mesa para fechar a porta. E soube depois que vários professores escoraram com próprio corpo a porta”, contou Jussara.

Ainda segundo relatos da professora, seus alunos pediam a Deus pra não morrer. A Polícia Militar chegou antes que os atiradores iniciassem os ataques na sala em que ela e seus alunos se esconderam.

Muito abalada com o acontecido, Jussara afirma que desde o dia do atentado não consegue sair de casa e também não sente que tem condições de voltar à escola.

A professora enfatiza que o Estado precisa reforçar a segurança na unidade educacional para que os alunos, funcionários administrativos e professores tenham um bem estar garantido. “Não tem segurança, não dá para voltar”.