Quem nunca ouviu falar na famosa casa da mãe Joana, não é mesmo? Um lugar onde supostamente todos fazem o que querem, não seguem regras e não precisam dar satisfação a ninguém.
Embora pareça mais uma daquelas expressões tiradas da cabeça de alguma vó das antigas, uma pesquisa realizada pelo acadêmico português Teófilo Braga procurou o que teria dado origem a tão popular frase.
O estudioso sugere que a pessoa que deu origem à famigerada expressão casa da mãe Joana tenha sido a nobre Joana I, de Nápoles, ou como o nome original, em italiano, Giovanna.
Joana nasceu em 1325 e perdeu sua vida aos 56 anos de idade, em 1382, assassinada. Durante sua vida, não só foi a responsável por governar Nápoles na época em que a atual Itália era composta por reinos independentes entre si, como também foi agraciada com os títulos de condessa de Provença e princesa de Acaia, província que hoje corresponde ao território da Grécia quase em sua totalidade.
A condessa era extremamente famosa para sua época e chegou a ser casada quatro vezes, sendo viúva dos três primeiros maridos. Após se casas pela quarta vez, morreu por asfixia sob circunstâncias misteriosas, como conta a história.
Sua popularidade era tamanha que acabou se tornando personagem de um livro onde Alexandre Dumas narra um romance inteiro baseado na princesa de Acaia.
A fama de liberal caiu sobre sua pessoa após a inauguração de um bordel de sua propriedade, em agosto de 1378, em Avignon, época em que Joana viveu na França. Sob sua responsabilidade, as mulheres eram bem tratadas, recebiam salários, comida de boa qualidade e eram protegidas para que não sofressem nenhum tipo de agressão por parte dos clientes, o que acabou lhe rendendo a fama de mãe das meretrizes, ou melhor, mãe Joana.