Polícia descobre onde a nora aplicou o arsênio que contaminou o bolo e matou a família do esposo dela no Rio Grande do Sul

Deise Moura dos Anjos, nora da mulher que preparou o bolo, e que também foi envenenada, foi presa preventivamente.

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A Polícia Civil do estado do Rio Grande do Sul (PCRS) realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, dia 6 de janeiro, para divulgar novos desdobramentos do caso envolvendo o envenenamento de um bolo com arsênio em Torres, no litoral gaúcho. Durante a coletiva, os investigadores afirmaram ter reunido provas robustas que indicam Deise Moura dos Anjos como a principal suspeita do crime, descartando a hipótese inicial de acidente.

Polícia descobre onde o veneno foi aplicado

Deise, nora de Zeli dos Anjos, a idosa que preparou o bolo, teria adicionado o arsênio à farinha usada na receita, contaminando todas as pessoas que consumiram o alimento. Segundo laudos periciais, a farinha continha uma concentração de 65 gramas de arsênio por quilograma, cerca de 2,7 mil vezes maior do que a quantidade encontrada no bolo, o que confirma a intencionalidade do ato. Deise foi presa preventivamente no último domingo, dia 5 de janeiro.

“Foram identificadas concentrações altíssimas de arsênio nas três vítimas. Tão elevadas que são tóxicas e letais. Para se ter ideia, 35 microgramas já são suficientes para causar a morte de uma pessoa. Em uma das vítimas, havia concentração 350 vezes maior”, disseram os investigadores.

Vítimas e consequências do envenenamento

O envenenamento ocorreu no dia 23 de dezembro de 2024, durante uma reunião familiar para a tradicional ceia de Natal. Ao consumir o bolo, os familiares notaram um sabor apimentado e desagradável, o que levantou suspeitas imediatamente.

Neuza Denize da Silva dos Anjos, de 65 anos, faleceu no mesmo dia devido a um choque causado pela intoxicação alimentar. Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, e Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43 anos, morreram no dia seguinte pelo mesmo motivo.

Zeli dos Anjos, sogra da suspeita e responsável por preparar o bolo sem saber que a farinha estava contaminada, foi internada em estado grave, junto com um menino de 10 anos, também envenenado. Ambos sobreviveram e estão fora de perigo. O esposo de Maida, que também ingeriu o bolo, apresentou sintomas mais leves e recebeu alta pouco após o incidente.