Juíza afirma que acusado não aparenta ser bandido por ter ‘pele, olhos e cabelos claros’

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A juíza de direito da 5ª Vara Criminal de Campinas, Lissandra Reis Ceccon, viralizou nas redes sociais após adicionar uma pequena observação em um dos processos julgados por ela.

Em sentença judicial proferida no dia 4 de julho de 2016 e que agora circula nas redes sociais e em grupos de WhatsApp, a juíza afirmou que o réu Klayner Renan Souza Masferrer, acusado de latrocínio após ser identificado tanto por uma testemunha quanto pela vítima, não possuía o “estereótipo padrão de bandido” por ter “pele, olhos e cabelos claros”.

O acusado foi apresentado junto a outras pessoas para a vítima e para a testemunha, que sem sombras de dúvida o apontaram como responsável pelo crime. 

Klayner foi condenado a 30 anos de prisão após ter participação confirmada no roubo de um carro, onde atirou contra o condutor do veículo que veio a falecer.

O trecho em que a juíza cita a falta dos estereótipos ganhou destaque por aparecer na sentença como uma observação extra, tendo em vista que, de acordo com o documento, o réu foi identificado mesmo não tendo aparência correspondente com a de um bandido, segundo a visão da juíza.

“A testemunha Maristela apresenta um depoimento forte e contundente, dizendo que antes do réu sair da caminhonete e atirar contra seu pai e seu filho, olhou nos olhos dele, não se podendo duvidar que esta filha/mãe jamais o esquecerá. Vale anotar que o réu não possui o estereótipo padrão de bandido, possui pele, olhos e cabelos claros, não estando sujeito a ser facilmente confundido”.

A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que, em respeito ao artigo 36 da Lei Orgânica da Magistratura, não pode se manifestar.