Os ventos de 170 km/h do ciclone Idai não foram suficientes para derrubarem as paredes da escola secundária Marocanhe, na segunda maior cidade de Moçambique; mas infelizmente o mesmo não pode ser dito sobre o telhado.
Dez dias após a tragédia que vitimou mais de 700 pessoas nos países atingidos e deixou 90% da cidade destruída, os professores retomaram as atividades pedagógicas em salas de aula totalmente descobertas.
A administração do colégio chegou a proibir, mas teve que voltar atrás e agora os alunos, de 12 a 16 anos, fazem uso de chapéus, tecidos e até guarda-chuvas para se protegerem do sol durante as aulas na escola pública, que fica no bairro de Muavi, próximo a praia.
Além das salas de aula da escola Marocanhe de Beira, outras 2,9 mil sofreram sérios danos com a passagem do ciclone Idai, segundo estimativas do Unicef.
Os responsáveis pelo colégio pensaram em tirar cópias de livros para que os alunos tivessem condições de acompanhar as aulas, porém, a forte chuva atingiu a biblioteca da instituição e não será possível reutilizar boa parte do conteúdo.
O diretor lamenta também não ter como fornecer alimentação para os alunos. Alguns professores estão passando por dificuldades após o desastre. “O vento destruiu os vidros da minha casa, levou telhas. Ficamos sem água, sem energia, sem comida. Teve professor que ficou sem casa”, relata o diretor.
O governo está em um esforça incessante para dar a assistência necessária à população. O abastecimento de água esta sendo restabelecido e em algumas regiões da cidade já foi possível reaver a energia. Uma série de organizações internacionais e ONGs mandaram representantes para a cidade para ajudar. Aos poucos, Beira vai se levantando e tentando superar a tragédia.