Black Power: a origem do penteado símbolo de luta, resistência e poder do movimento negro

A história do Black Power remonta uma trajetória de luta e imposição perante uma sociedade padronizada.

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O discurso do apresentador Tiago Leifert desta terça-feira (6), no BBB 21, trouxe a tona uma história de luta por trás do cabelo black power, símbolo de resistência do movimento negro. “Black power não é um penteado, é um símbolo de luta”, disse o apresentador global.

Caracterizado por ser volumoso e apresentar um formato arredondado, o estilo desse penteado histórico ganhou maior notoriedade de 1960 em diante, embora seu surgimento remonte à Jamaica próximo dos anos 1920. 

Muito provavelmente foi o ativista Marcus Garvey o responsável por difundir o estilo ao colocar em dúvida a prática de homens e mulheres negros alisarem os cabelos para se adequar ao que era considerado como o padrão de beleza europeu da época.

Garvey passou a usar o penteado como um retorno às raízes africanas e, com isso, disseminou a ideia de valorização da beleza negra, sugerindo que nenhum procedimento para modificação dos fios fosse realizado, deixando o cabelo crespo longo e natural.

Porém, coube a Stockley Carmichael nomear, sem querer, o penteado que entraria no século 21 tão carregado de simbolismo. “O que vamos começar a dizer agora é poder negro (black power)”, foi o que disse o militante radical, preso em 1966.

Outro importante nome do movimento negro americano ajudou a transformar o penteado em um símbolo de resistência e, também, em uma tendência de moda: Angela Davias, dos Panteras Negras, que passou a adotar o estilo ainda em sua mocidade.

De 1960 até o início da década de 1970, o estilo fez a cabeça de outras grandes personalidades negras. Astros do mundo da música, do cinema e até mesmo dos esportes passaram a adotar o afro, entre eles Jimmy Hendrix, Nina Simone, Billy Preston e os Jackson 5. No Brasil o movimento teve grande representatividade através de nomes como Tim Maia, Tony Tornado e o jogador Jairzinho, que colaboraram e muito para popularizar o black power em terras tupiniquins.