Problema desconhecido por muitos pode levar pessoas que não fumam a desenvolver câncer de pulmão

Cerca de 30% dos casos de câncer de pulmão não possuem relação com o tabagismo.

PUBLICIDADE

É censo comum que o uso do cigarro pode levar ao câncer de pulmão. De fato, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo resulta em cerca de vinte vezes mais a possibilidade de desenvolver um câncer de pulmão, em relação a um não-fumante.

Todavia, o que muitas pessoas desconhecem é que cerca de 30% dos casos da doença não possue qualquer relação com o tabagismo. Como foi o caso de Margarete.

No fim de 2019, aos 57 anos, ela procurou atendimento em uma unidade de saúde após apresentar uma tosse seca contínua, o que tinha se manifestado cerca de quatro meses antes. Porém, por pensar ser alguma reação alérgica ou até mesmo por conta do tempo seco, acabou adiando o pedido de ajuda.

Já em março de 2020, mesmo sem nunca ter fumado um único cigarro, Margarete foi pega de surpresa com um diagnóstico de câncer de pulmão, o mais comum entre os tumores malignos conhecidos pela medicina.

No caso citado, em que a paciente nunca fumou e mesmo assim obteve o diagnóstico mencionado, a causa foi a mutação genética ALK. Segundo o médico oncologista, Rodrigo Rovere, mutações genéticas são responsáveis por uma boa parte dos diagnósticos de câncer em pessoas que não fumam.

Outras mutações, como a alteração dos genes EGFR e ROS1, também se destacam como responsáveis pelo surgimento de tumores. Por conta disso, ao ser determinada a descoberta do câncer em paciente não tabagista, se faz necessário testar o paciente, para entender a alteração que levou a isso, teste esse desconhecido por cerca de 69% dos brasileiros diagnosticados com câncer de pulmão, como revelou a pesquisa mais recente sobre o tema, de 2016, do Oncoguia.