A Polícia Civil do Rio Grande do Sul segue investigando um caso de suposto envenenamento ocorrido em Torres, no litoral norte do estado, que resultou na morte de três pessoas de uma mesma família. O incidente aconteceu às vésperas do Natal e envolveu o consumo de um bolo caseiro. Até o momento, 15 testemunhas já foram ouvidas, incluindo seis novos depoimentos recentes, com o objetivo de esclarecer as circunstâncias do ocorrido.
Presença de Arsênio Confirmada
Exames preliminares revelaram a presença de arsênio no sangue de uma das vítimas fatais e em outros dois sobreviventes. O arsênio é uma substância altamente tóxica, capaz de provocar sérias complicações de saúde e, em casos extremos, levar à morte. Desde 2013, seu uso foi restringido a aplicações industriais, sendo proibida a venda para o consumidor comum.
Vítimas e Linha de Investigação
Entre as vítimas estão Maida Berenice da Silva, de 58 anos, Neuza Denize dos Anjos, de 65, e sua filha, Tatiana dos Anjos, de 43. Zeli Teresinha dos Anjos, de 61 anos, que teria preparado o bolo, continua internada em estado grave. Já o menino de 10 anos, após dias na UTI, recebeu alta da unidade e foi transferido para a ala pediátrica no final de dezembro. Posteriormente, em 10 de janeiro, ele teve alta hospitalar e retornou para casa.
O delegado responsável pelo caso, Cleber Lima, indicou que a principal linha de investigação é homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A principal suspeita, Deise Moura, de 39 anos, foi presa sob a acusação de inserir o veneno no bolo, resultando nas mortes. Além disso, ela é investigada por envolvimento em outras dez tentativas de envenenamento, incluindo as de familiares próximos.
A apuração agora depende dos laudos periciais para determinar como e quando o veneno foi inserido no alimento. Os resultados dos exames laboratoriais foram aguardados no início de janeiro, trazendo novas luzes para este trágico evento.