Começou na última quarta-feira (7) o conclave responsável por eleger Robert Francis Prevost como o novo Papa, nomeado Leão XIV. Tradicionalmente, durante esse processo, os 133 cardeais participantes votam em quem consideram mais apto para liderar a Igreja Católica. A cada votação, o resultado é simbolizado pela cor da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina: se for preta, significa que ainda não houve consenso entre os eleitores. Se branca, é sinal de que um novo Papa foi eleito e será anunciado em breve.
O segredo das cores desta fumaça está em um mecanismo moderno que combina tecnologia e química. Um sistema eletrônico com cartuchos pirotécnicos é responsável por gerar a fumaça colorida. Esses cartuchos, cuidadosamente preparados, liberam diferentes tipos de partículas no ar, dependendo da substância utilizada, o que determina a tonalidade da fumaça vista por milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro.
O especialista por trás da invenção
A produção da fumaça preta é feita com a queima de naftalina, um composto que, ao entrar em combustão, gera partículas escuras, absorvendo a luz e tornando a fumaça opaca. Já a fumaça branca é resultado da decomposição térmica da lactose, que produz partículas claras que espalham a luz, dando o aspecto branco à fumaça. Esse processo é minuciosamente controlado por especialistas para garantir que o sinal visual seja claro e facilmente reconhecível.
Esse método foi desenvolvido por Massimiliano De Sanctis, um especialista em pirotecnia, e começou a ser utilizado em 2005. Antes disso, o sistema era mais rudimentar e envolvia a queima de papéis e palha úmida, o que nem sempre resultava em uma fumaça intensa ou de cor bem definida, dificultando a identificação do resultado das votações.
O sistema atual conta com dois compartimentos ligados à mesma chaminé. Um deles, mais antigo, é usado para queimar as cédulas de votação, enquanto o outro, mais tecnológico, contém os cartuchos com cápsulas interligadas responsáveis por gerar a fumaça colorida. Cada cartucho contém seis cargas pirotécnicas, ativadas em sequência para manter a fumaça visível por até sete minutos.
A tecnologia na escolha de outros Papas
Foi por meio dessa tecnologia que os anúncios da escolha de Bento XVI, em 2005, e do Papa Francisco, em 2013, chegaram ao mundo. A modernização do ritual permite que a tradição continue viva, mas com maior eficiência na comunicação de um dos momentos mais aguardados pela comunidade católica global.